Sunday, July 30, 2006

O carnaval

Tanto confete e serpentina
Tantas danças de menina
Tantas máscaras e fantasias
Tantos risos soltos e passos trôpegos
Tanta alegria e poesia
Pra quando o carnaval chegar...

“Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar...” (Marcelo Camelo)

Outros sonhos

Tenho um tanto de receio de conhecer meus ídolos (não gosto muito dessa palavra, mas não encontrei outra que passasse a mesma idéia). Acredito que seja medo de me decepcionar, medo de ver desmoronar o que eu tanto aprecio, o que tanto me alegra, me amolece, me adoça ou me instiga. Por isso, prefiro que fiquem assim, longe de mim, sem defeitos ou desilusões. Eu sigo aqui, admirando, e eles lá, me provocando (mesmo sem saber). Mas isso tem acontecido com pessoas “mundanas”, do meu dia-a-dia. Prefiro te conhecer assim, esse pouquinho, esse pedacinho que me encanta, desarma ou apaixona. E te guardo desse jeitinho, com o que me faz bem. Porém, como algo inatingível (mesmo que do meu lado).
Ou talvez tudo isso seja uma grande mentira, e o meu maior medo seja a tua desilusão e não a minha.

"Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
E por sonhar o impossível, ai
Sonhei que tu me querias..." (Chico Buarque)

Friday, July 28, 2006

Mundo doido esse

Um beijo no rosto
Um simples beijo no rosto
Mais íntimo que tantos outros
Na boca, peitos e coxas
Mundo doido esse

Thursday, July 20, 2006

Sobre pés e medos


- Tenho medo...

- Medo? De quê? Por quê? Eu tô aqui do teu lado e sou de verdade. Se o teu medo for de gostar de mim, é bobagem. Mas se for de que eu goste de ti, já é tarde.

Sunday, July 16, 2006

PALHAÇO, POR QUÊ?

Teatro. Sábado e domingo fui ao teatro. Nos dois dias assiti à mesma peça. E valeu a pena, muito a pena. PALHAÇO, POR QUÊ? Grupo de Brasília. Apaixonante. E ainda, como que de presente, Los Hermanos na trilha sonora. A peça tratava do cotidiano do palhaço, do mau uso da mídia, do mundo esquematizado e engravatado, da arte como produto de venda, da inocência, da alma, da vontade de mudança, das relações de interesse, da traição, da vida.
No começo do espetaculo percebi como as crianças são mais receptivas e como os adultos são medrosos (e ainda insitem em assustar as crianças com o tal do Bicho-papão - coitados...)
Os adultos têm medo de rir alto de mais, de não entender a piada, de se deparar com si mesmo em cena, de parecer tolos. Talvez a explicação esteja na frase lá de cima. Defesa. Por isso as relações entre adultos são tão complicadas. Por isso existem os artistas, pra que encontrem o ponto onde não há defesa e assim, os amoleçam, para que se desarmem e para que deixem de ter medo.

A cor das paredes

Mudei meu quarto de lugar, ou melhor, mudei os móveis de lugar. Troquei o lugar das roupas no armário, inverti a ordem das gavetas de meias, calcinhas e companhia. Tive vontade de pintar as velhas paredes azuis, talvez de vermelho, verde, ou branco mesmo. Encontrei uns bilhetinhos de tempos atras que me roubaram um ou dois sorrisos. Tirei o pó das revistas, dos livros e do velho porta-jóias. Depois de tudo arrumado, parei na porta do quarto. E, pra minha tristeza, percebi que estava tudo igual. Porque a minha vontade de mudança ia muito além dali, muito além da minha casa, muito além da minha velha cidade úmida. Mas a gente sempre faz assim. Disfarça, desconta, finge que fez o que queria. Mas, não. Na maior parte das vezes, a gente quer muito mais. Muito mais que a cor das paredes, muito mais que mudar as telhas quebradas, muito mais que o endereço novo. A gente quer um mundo novo. E quando falo em mudar de mundo, não se trata de nenhuma visita a outra galáxia, mas sim, o meu mundo. O que eu vejo, o que eu destruo, o que eu construo, o que espera algo de mim a todo segundo. Talvez o que eu mais queira agora seja um “não saber”. Não saber quem eu vou encontrar no caminho do teatro, não saber que rua me espera ao dobrar a esquina, não saber se cumprimento porque ainda não conheço (e entao eu venço a minha vergonha, estendo a mao e dou beijo), não saber o que te faz sorrir (e entao eu usaria toda a minha criatividade para que visse um, um pequeno pedacinho do teu sorriso). Mas não. Eu sei quem eu vou encontrar, eu sei qual a rua que me espera e quais as velhas arvores estao la, eu sei o que te faz sorrir e ate o que te faz chorar, eu te cumprimento, porque a gente se conhece há tanto tempo. Por isso eu mudei meu quarto, esperando que mudasse alguma coisa.

Monday, July 10, 2006

Profissão: Garimpeira

Cheguei da faculdade toda me rindo. Acho que fui bem numa prova e isso não faz parte da minha rotina acadêmica. Sempre fui aquela aluna que parece que em todas as aulas está chegando de uma longa viagem (de lá do outro lado do Oceano Atlântico). Sentei na sala de casa, de frente pra lareira, quando um brilho intenso e apaixonante me chamou a atenção. Era um velhinho garimpeiro mostrando na televisão dois diamantes que guardava dentro da casinha de barro que sei lá eu como podia parar de pé. Contraste. Pr’aquele velhinho o que mais importava não eram os diamantes, mas sim a satisfação, a emoção, o orgulho de ter encontrado aquelas duas pedrinhas pela primeira vez. As podia ter trocado por alguma quantia em dinheiro (que não seria pouca). Mas, não. As guardava feito a mãe que guarda os primeiros dentes de leite do filho, ou a menina que guarda o primeiro versinho ou carta de amor.
Gostei disso. Garimpeira. Talvez nunca encontre um diamante verdadeiro (pra não dizer “com certeza”). Mas seguirei garimpando sorrisos e amigos. E talvez, dentre eles, eu encontre uma pedrinha tão brilhante que a faça ser diferente das outras, uma pedrinha pra chamar de “meu amor”.

Sunday, July 09, 2006

Versinho de criança

Ela veio de mansinho, quase que escondida.
Bem vinda, dona Felicidade. Entre e fique pro resto da minha vida.

Saturday, July 08, 2006

Havia uma beleza ali?

Sou míope. Isso não é nenhuma novidade pra quem me conhece um pouquinho. O caso é tão grave que minha querida irmã me apelidou de “Garrafinha” dada a delicada espessura dos meus óculos. Não enxergo nada mesmo, tudo parece um desenho borrado. Mas, felizmente, a tecnologia me deu a alegria de poder ver a beleza das coisas que me cercam.
Porem, tem algo aqui dentro de mim que enxerga a mais (ou talvez a menos mesmo) e que, por isso, consegue captar belezas que parecem ser vistas só por mim.
Acho lindo ouvir alguém chamando a mãe de “mamãe” ou a avó de “vovó”. Lindo quando alguém deixa escapar um sorriso envergonhado, ou quando chora de emoção. Lindo quando alguem dá um abraço apertado ou quando encosta a mão. Lindo quando no meio da bagunça se encontra um bilhetinho amassado cheio de recordação. Lindo quando as lembranças me fazem sorrir sozinha. Lindo ver amigos jogando conversa fora (e como eu gosto disso). Lindo quando alguém elogia sem segunda intenção. Lindo ver quem eu gosto acordando de manha com os olhos pequeninhos e cabelo bagunçado. Lindo quando meu pai beija minha mãe. Lindo ouvir LOS HERMANOS (e lindo o Marcelo Camelo também). Lindo gostar de criança e mais lindo ainda, saber ser criança. Lindo terminar um livro e querer ler de novo de tão bom. Lindo receber uma cartinha à mão e feio, muito feio, depender de televisão.

“Havia uma beleza ali, ou era criatividade minha?” (Vanessa da Mata)

Horizonte distante

Critico os viciados em televisão. Sempre critiquei. Me incomoda quando as pessoas se juntam numa sala pra ficar olhando pra TV ao invés de conversar, com tanto assunto nesse mundo. Mas confesso que adoro assistir antes de dormir. Um dos meus programas favoritos chama SEMPRE UM PAPO, onde são entrevistados convidados, no mínimo, interessantes. Esta noite assisti à Fernanda Young, sobre a qual já havia ouvido falar uma coisa, ou duas. Arrogante, achei. Mas inteligente e provocadora. E em meio a comentários, poemas e frases, surgiu esta: “qualquer coisa que a gente anseia está sujeita à decepção”. Me identifiquei com ela e sempre que a gente se identifica, por mais que surja como um susto, quase um tapa no rosto, afaga. Afaga porque sentimos que não estamos sozinhos, que não é só um pensamento sem par. Talvez seja comodismo, mas concordo e acredito. As pessoas esperam, esperam, esperam e anseiam. E nessa ansiedade criam expectativas. E todas as vezes em que criei expectativas, sofri, desde uma nota na prova, o menino que não me tirou pra dançar (para o qual escolhi a melhor roupa e passei horas diante do espelho), o abraço esperado que restava em outros braços, a grana do fim do mês que veio atrasada, a coragem que me abandonou quando eu mais precisava, o presente de aniversario que ficou para o ano que vem. Nossa! Que guria frustrada! Não é isso, não. Só aprendi a não esperar. Não esperar dos outros, assim como não gostaria que esperassem de mim. Porque assim, quando eu te abraçar, um abraço inesperado, ele valerá por mil abraços. Mas se tu o esperas, posso te decepcionar, talvez ele te pareça menos confortante (ou confortável).
Bem-vindos os criativos, surpreendentes, quiçá imprevisíveis, porque sabem ir alem das nossas expectativas.

Uma caixinha, minha caixinha

Eis que numa caixinha de lembranças encontro esse versinho que um dia escrevi...

Índia

Daria o dedo mindinho pra ver novamente teu tão sorridente olhar de menino.
Sinto saudade de cada beijo salgado, abraço apertado que trazias aqui.
Converso com a lua e com as estrelas, algumas cadentes e outras carentes assim como eu na ausência tua. E então, segurando meu pranto, vejo que te perdi errando e meio cantarolando tento sorrir chorando.
Tuas palavras, teu cheiro, teu toque, mesmo que não mais te importe, ainda vivem aqui. Talvez de avião ou ate de reboque deixem esse coração que chorando pede por ti.
Talvez vá ate a Índia. Talvez por lá eu te esqueça. Talvez por lá adormeça o amor que um dia vivi. Espero que isso aconteça antes que o dia amanheça, antes que o sol apareça, antes que eu lembre de ti.

É, mocinha...

Assisti ao documentário chamado “Nascidos em Bordéis”. Tratava da vida de meninos e meninas nascidos no bairro da Luz Vermelha, em Calcutá, dentro de bordéis onde suas mães eram prostitutas. Foi dada para cada um deles uma câmera para que retratassem as suas visões daquela realidade. As fotos eram impressionantes. Lindas. E mais bonitas ainda que as fotos eram as explicações pra cada uma delas (como um menino que disse que a cor da pele da moça retradada estava da cor do céu e então era como se ela fizesse parte dele). Alguns trabalhos humanitários tentam transformar as crianças em artistas, mas nesse filme, as fotos são mostradas porque têm qualidade e, principalmente, sensibilidade. Fiquei apaixonada pelas crianças, pelas fotos, pelos documentaristas, pela idéia, por fotografia.
- Mãe, quero fazer fotografia!
- Faz, minha filha! Tu tens sensibilidade, vais te dar bem!
Mas aí eu penso em tudo que eu já quis fazer: espanhol, literatura, voltar às minhas aulas de teatro que eu gosto tanto, aprender a dançar tango, escrever um livro (de bolso, bem pequeninho), aprender a tocar violão (e poupar meus amigos das 5 ou 6 musicas do meu repertório), aprender a degustar vinhos, a costurar, a pintar.
Mas dormir me dá um sono... E já acordo querendo me deitar!
É, mocinha... O tempo tá passando (o famoso crocodilo Tic-Tac).
Não eras tu quem dizia que todo mundo pode ser o que quiser?
É esse o filme da tua vida?

Sobre cobertores e caramujos

Chegaram os dias de frio. Dias em que cobertores mais pesam que aquecem.
Quando deito e eles me abraçam ganho um espaço só meu. E fico ali, no escuro, acompanhada dos meus sonhos e pensamentos. Ouvindo os barulhos da rua e os daqui de dentro, de dentro do meu caramujo. Minha mãe não entende porque essa menina dorme tanto. Mas ela não dorme, mãe. Ela fica ali acordada, sonhando. Sonhando com o dia em que não mais precisará do caramujo e voará com as borboletas.

Corre-corre

Cada dia me "conformo" mais com a idéa de que nasci na época errada. Sinto como se acabasse de acordar de um porre de vinho tinto (doce e barato) e me jogassem em meio a uma corrida de São Silvestre. Todo mundo correndo pro mesmo lado, uns cansados e outros cheios de vontade e suor. E eu ali, sem entender pra que tanta pressa. Sentem, pessoal. Está me deixando tonta essa correria toda.
Tudo ficou rápido e descartável: pratos, talheres, amantes e amigos. E a todo momento ouvimos alguém falar sobre chegar lá. Lá? Onde? Não importa (e acho que ninguém mesmo o sabe). O que vale é correr, depressa, sem parar pra olhar um sol se pôr ou um sol nascer. Sem parar pra escutar uma música bonita, sem parar pra escrever uma carta e pôr no correio.
Um diploma só traz uma vantagem: cela especial. De resto, meu amigo, é tudo igual.

1, 2, 3, ativar!

As pessoas estão sempre se protegendo.
Se protegem por medo, por orgulho, por vergonha ou por covardia mesmo. E pelo que tenho visto, o escudo mais usado no momento é “Parecer Feliz”. Acham que assim ficam menos vulneráveis, inabaláveis. Quantas vezes ela dança feito doida (um mix de Beyonce e Seiláoque) quando o que ela mais queria era sair correndo da festa e deitar do lado da mamãe ou ligar pra “ele” e pedir um abraço apertado. Mas como? Se eu estiver triste, vão me achar fraca, vão sentir pena de mim (e há ate quem vá salivar de tanta água na boca por me ver assim). Então, 1, 2, 3, ativar! Hora de Parecer Feliz! Orkut, Blog, Fotolog então... Eu chego a rir sozinha aqui. Nunca vi tantos sorrisos amarelos e frases usadas feito munição.
Mais uma vez eu repito! Eu não sou desse mundo! Eu fico triste! E choro! E não me importo com quem quer que seja quando isso acontece. Parece que quando a gente chora todas aquelas armaduras vão caindo... Mas não as vejo frias e duras... São como pétalas. Vão caindo uma a uma, devagar, leves e bonitas. É quando a gente fica mais despida (mesmo que estejamos vestindo botas, calça jeans, casaco e cachecol). E o que sobra é o que temos de mais puro. Verdadeiro.
As pessoas andam cada dia mais expostas fisicamente e mais escondidas sentimentalmente.
Então eu me protejo de ti enquanto tu te proteges de mim. Praticamente inimigos, não?! E a gente se vê todo dia. E mal se conhece...

Por que as meias nao podem trocar de par?

Na beirada da cama tinha uma meia. Só uma meia. Tadinha dela, não via a hora de ser inteira.
- Desculpa, viu?! Mas prometo que amanha encontro teu par. Ficou tristinha, ne?! Ah, fica não... Agora preciso dormir. Posso apagar a luz? Tá bom! Descansa. Ele vai voltar...

(silêncio)

- Ei, já dormiu?
É que fiquei pensando e preciso te contar. Por que as meias não podem trocar de par? Que mania que essa gente tem! “O príncipe e a princesa”, “o rei e a rainha”, “a meia cinza com a meia cinza”. Tudo combinadinho! Tudo pré-estabelecido! A princesa que fique com o bobo da corte (aposto que ele é bem mais divertido que o príncipe de cabelo lambido). E tu, bem que podias encontrar outro par mais colorido pra dar uma animada nessa tua cor acinzentada. Nunca encontrasse um par perdido na maquina de lavar? Hmmm... Aposto que por aí tem algum escondido louco pra te namorar! Deixa que amanha dou uma de cupido e levo vocês pra passear (e quem sabe, de lambuja, encontro meu par de all star)!

Minha caneca preferida

Talvez seja só um mal estar. Daqui a pouco levanto, bebo um pouco d’água na minha caneca preferida e logo passa. Mas tenho medo de levantar, tenho medo de não passar. Porque agora dói, está difícil respirar. Segurei minhas lágrimas pra que não fossem embora e eu restasse aqui sozinha. Fiquem, por favor. A casa é simples, mas é tudo que eu tenho a oferecer. Não me deixem com meus pés gelados diante dessa tela fria. Alem do mais, se forem agora, talvez eu não mais as encontre e estou cansada de sentir saudade.

Sobre versos e tons pastéis

Andei desgostando de mim. Muito. Não só pelos quilos a mais e pela cor desbotada, mas, principalmente, pela minha incompetência, pela minha mediocridade. Nunca fui de disputar os primeiros lugares em qualquer coisa que fosse, mas me vi na ultima fila e isso causou ferida. Não decidia se ficava ou se ia. Pra onde? Nem eu sabia.
Então, ontem, recebi uma noticia tão boa que achei que nem merecia. Passei no teste pra fazer minha primeira peça de teatro. Não fosse a alegria de conseguir, trata-se de uma peça infantil (o que eu mais queria nessa vida). Ah, as crianças... Uma mistura de pureza e magia. Ainda não entendi por que temos que virar “gente grande”, que aprender a mentir, a ser mais realistas, mais responsáveis e a usar tons pastéis (todo adulto adora “tons pastéis”).
Um dia ouvi essa frase de um amigo: “a tua vida é uma poesia, né, Lara?!” Achei tão bonito... Talvez seja isso mesmo. Talvez minha vida não seja dividida em dias, mas em versos. E, como toda poesia, não é feita só de alegrias. Além do mais, toda tristeza tem sua beleza. Divido com quem me quer bem esse dia bonito, esse verso bonito.
Agora preciso dormir, esperando, ansiosa, o verso de amanhã.

Las hermanas

Ela fica brava com quase nada. Como se não bastasse ser linda e inteligente, é sensível e criativa. Desenha, escreve e se veste feito gente grande. Mas, pra mim, será sempre a minha guriazinha.
Rimos, choramos, brigamos e nos abraçamos em frações de segundo.
A amo tanto, tanto, tanto, que de ficar longe me dói o peito. A quero sempre perto, mesmo que seja pra dizer que tô mal arrumada, mal humorada ou mal amada mesmo. Porque eu gosto dela assim, com esse jeitinho brabinho.
Ela é um pedacinho de mim. Uma guria apaixonante.
Me desculpa, maninha, pelas vezes em que te fiz chorar (e te desculpo pelas lagrimas que derramei também). Às vezes quero corrigir em ti os erros que cometi. E sei que não meço muito minhas palavras. E por mais que eu fique distante, sempre, sempre mesmo, estarei esperando aquele teu abraço, que de tão bom, de tão amigo, me faz esquecer o que me incomodava ou deixava tristinha.
Não deixa de lado a idéia do livro ilustrado! A parceria das irmãs Collares, tá?!
Não esquece de quando a gente jogava Mico de calça de abrigo no meio da sala, das nossas primeiras musicas no violão que acabaram sendo as únicas, das batatas fritas que a gente sempre comia no clube, de quando a gente fazia café da manha na cama pra mãe e pro pai e de quando tu me ajudavas a fugir de casa de madrugada. Não esquece que um dos dias mais felizes pra mim, foi o primeiro dia em que te fiz dormir no meu colo. E eu te olhava ali, deitadinha e me sentia tão grande e tão feliz que mal cabia em mim. E não te preocupa que apesar do meu cabelo estar mais comprido (o que te incomoda, que eu sei) o teu é muito mais bonito!
Eu só queria que essas palavras, mesmo que obvias, conseguissem te dizer um pouquinho do que eu sinto por ti. Nós somos as fadinhas do lustre do castelo, lembra?! Pra sempre! Mesmo depois de velhinhas! É só fechar os olhos e imaginar! Eu te amo, Neneca! FELIZ ANIVERSARIO!

Dia dos namorados?

Dia de ganhar presente, de jantar fora, de dizer “eu te amo”, de pedir desculpas, de encher de beijos, abraços e suor. Dia de começo, de recomeço, de dar uma nova chance, de matar a saudade.
Hoje, o meu dia dos namorados será um dia de agradecimento. Não tenho um namorado pra fazer uma caixinha com fitinha mimosa cheia de coisinhas bonitinhas, nem pra levar café na cama ou passear no sol de mãos dadas. Então, agradeço. Agradeço pelas vezes em que me senti a mulher mais feliz do mundo e nos quais a felicidade era tanta, eu brilhava tanto, que ate minha vista ficava ofuscada e eu mal enxergava o resto do mundo, por mais clichê que pareça.
Não sei ainda se acho uma boa essa idéia de ter um “dia dos namorados”. Acho que, com isso, as pessoas ficam um tanto “relaxadas”. Concentram tudo que deveriam fazer durante o ano todo num dia só. É o dia de mandar flores, cartões e tudo mais que já disse ali em cima. Não precisa um cartão bonito, pode ser uma folha de caderno na saída da faculdade. Um bilhetinho, bem pequeninho. Nem um buquê, pode ser uma florzinha roubada do jardim do vizinho. A gente vai esquecendo, deixando de lado, pra amanha, e quando vê, o tempo passou e a paixão esfriou. E só resta arrependimento.
Pra mim, dia dos namorados é todos os dias. Assim como dia das mães ou dos pais. Faço o que posso (e o que minha criatividade alcança). Sou preguiçosa pra muita coisa, mas nunca pra agradar o meu amor. Então, levanta daí, sai desse computador e vai agradar o teu!

“Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens, sempre tão gentis
Por isso para o seu bem
Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem”
(Deixe a menina / Chico Buarque)

A nossa música

Gosto muito de música. Pra tomar banho, pra dançar, pra namorar, pra cozinhar, pra arrumar meu quarto, pra beber, pra passear de carro, pra cantar, pra relembrar, pra me maquiar, pra tomar banho de sol, pra ficar olhando "pro nada", pra fazer as unhas, ou como diz Arnaldo Antunes, “música para ouvir” mesmo. Adoro conhecer músicas novas (não que sejam composições novas, mas novas pra mim) e, se possível, que não seja na rádio e muito menos na novela. A novela tem o dom de enfeiar a musica e/ou rotular o artista. Até Maria Rita “ficou feia” depois da novela. Vanessa da mata (= “Ah, a guria do ai ai ai ai ai ai”). Não! Ela tem músicas lindas! Mas ninguém mais agüenta o ai ai ai ai ai dela e acaba por nem se interessar pelo resto. Por quê? Radio e novela (quando não aparece no Faustão ou no carro rebaixado e tunado que faz tremer a janela da minha casa)! É óbvio que qualquer banda nova sonha em ter uma musiquinha na radio, mas convenhamos: como é bom quando um amigo nos apresenta uma banda “desconhecida” ou uma musica “das antigas” MUITO BEM letrada! E sempre tem um terceiro pra dizer: “Ai, vocês e essas musicas que só vocês conhecem!”. Ora, meu amigo! Coisa boa! Podemos dividi-la! E então ela começa a fazer parte de vocês, lembra vocês. Se por acaso, numa outra cidade, num boteco (cujo proprietário tem um bom gosto musical) ela toca, baixinha, quase que escondida, vocês silenciam e abrem um sorriso lindo: “A nossa musica!” E aí, um dia, sabe-se lá por quê, ela entra na trilha da novela e toca na radio toda hora. Como eu fico triste... Triste e braba! Porque sei que em alguns dias vou tá dizendo: “Essa música ficou feia, né?!”

Pirata Perdido

Festa à fantasia da minha turma.
Vesti a fantasia e lembrei de uma avaliação do teatro onde era pra contar a estória da personagem.
Então, cá estou eu: Pirata.
Vim de longe e ainda não encontrei o meu lugar (se é que existe). Não procuro, nem roubo ouro ou tesouros. Vim em busca de sorrisos, amores e amigos. Não tenho navio, dente de ouro ou faca no cinto. Minha bandeira não traz caveira alguma estampada. É branca, para que nela eu possa escrever minhas historias.
Não me apetece o rum, prefiro um bom uísque ou algumas cervejas. Tenho pernas compridas e finas (quase de pau), não tenho olho de vidro (só lentes de contato), nem cara de “mau”.
Dos mares por onde andei trago muita saudade comigo. Saudade de quem talvez nem lembre desse pirata perdido. Senti dor, senti frio e senti medo. Mas aprendei muito com o tempo. O tempo que me curou, me provocou, me transformou. Hoje, ainda sem rumo, navego com a maré, que me leva ao desconhecido, ao novo e (por vezes) de volta ao velho. Ao velho pirata que não passa de uma criança. Uma criança que sonha um dia em ser pirata.

A casa é sua, pode morar

Voltei às minhas aulas de teatro!
Voltei pra me encher de criatividade e poesia. Quem dera um dia poder transformá-las em um pozinho (como a Sininho e o pó do pirimplimplim) pra poder jogar lá do alto e ver cair um pouquinho nesse mundo gelado.
Fiquei feliz comigo por retomar o que tinha deixado de lado. Sempre é tempo. Sempre!
Aquela cartinha que foi escrita e ficou na gaveta, envia.
O poema que não teve fim, finda.
O telefonema que ficou pra outro dia, liga.
A gente perde de estar feliz procurando o pote de ouro! E não percebe que no trajeto tem um lindo arco-íris.
Quem faz a peça ser boa, sao as personagens, quem faz a vida ser boa, somos nós. De nada adiantaria um bom cenário, um bom texto, um bom diretor, sem um bom elenco.


“Da felicidade

Quantas vezes a gente, em busca de aventura
Procede tal e qual o avozinho infeliz
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz” (Mario Quintana)

O tempo leva

O tempo pode ser um santo remédio. Cura desde o resfriado, ao coração dilacerado de um amante abandonado.
Só não entendo por que ele anda sempre na velocidade errada. Quando tem que passar de pressa, se demora. E quando quero que pare, ele logo vai embora.
O tempo devia passar na proporção inversa da felicidade. Assim, quanto mais felizes, menos passaria, ficaria lentinho, pra fazer durar. E na tristeza, voando, pra não dar tempo de chorar.

Para saber a resposta, vide o verso

Ao responder a um email desses em massa, uma grande amiga disse que meu maior defeito era ser “enigmática”. Fiquei olhando pra tela do computador como se ele fosse me dar maiores explicações, tendo em vista a minha ausência momentânea de raciocínio lógico que não me deixava entender o que ela queria dizer com essa palavra. Ora, “enigmática”, Larinha, no mínimo tem a ver com enigma. Pois é, mas na hora nem nisso eu pensei. Acabei perguntando pra outra amiga que me deu a seguinte explicação: - Ah, tu és praticamente um ponto de interrogação!
Tive que rir. Mas confesso que não concordo plenamente, não. Ok, eu sou chatinha mesmo, difícil de lidar, tudo me afeta e já entro no meu caramujo. Mas enigmática?! Será?!
Gostei da idéia do ponto de interrogação (mas claro que dei a ela o sentido que bem entendi). Perguntar. Falar. Escutar. Argumentar. Se não há pergunta, não há resposta. A interrogação é que faz toda a dialética funcionar. Gosto de saber “qual o quê dos quais e poréns dos afins”.
Tristes os conformados, os desprovidos de curiosidade, os envergonhados, que nada perguntam. Se não quiseres me responder, tudo bem! Mas eu pergunto! E sempre vem alguma resposta de volta (mesmo que em silêncio). Um sorrisinho, um desvio de olhar, uma fúria súbita que chega a assustar, um par de sobrancelhas caídas, um beicinho, bochechas vermelhas, uma mexida no cabelo ou ate mesmo uma brusca mudança de assunto.
E pensando bem, antes um ponto de interrogação, instigador e cheio de curvas, a um de exclamação, sem graça e que nada estimula.

Sobre o simples

Não preciso de muito, não
Meus amigos, meus amores,
Papel, caneta e um violão

Como foi?

- Como foi?
- Abriu-me um sorriso, lindo como habitualmente, mexeu no meu cabelo e disse sentir saudade...
- E depois?
- Depois começou a falar um monte de palavras que fizeram meu coração ficar espiando pelas frestas dentre as veias, meio com medo e vergonha...
- E então?
- Então, falou-me sobre as sensações que eu causava, sobre a minha beleza, sobre a minha alegria, sobre a minha mania de falar sem parar...
- O que mais?
- Que eu era tão assim que devia ter aparecido antes, que eu tenho um jeitinho só meu, que sei deixá-lo feliz como há tempos não sentia...
- E aí?
- Aí?! Aí ele... Ele foi embora...
- Embora? Até quando?
- Até "um ou dois para sempres"...

Na cama com Madonna

Nunca gostei da Madonna. Nem do jeito dela, nem das músicas dela, nem de todo aquele apelo sexual.
Mas, de madrugada, sem achar nada interessante na TV, parei pra assistir a uma turnê dela que me deixou perplexa.
Nos shows, foram feitas críticas ao governo Bush, elogios a Michael Moore e foram expostas, entre outras, cenas de crianças palestinas e israelenses de mãos dadas. Defendeu a idéia de que a religião separa as pessoas (com a qual eu concordo plenamente). Falou ainda da importância do voto, da responsabilidade que os cidadãos deviam de ter e se esquivam e da necessidade de “acordar” metade do povo americano que permanece “dormindo”. Terminou o assunto dizendo: “a paz é bem mais profunda que a ausência de guerras”.
Quanto à vida particular, falou sobre o casamento com Guy Richie, dizendo que o casamento não era nada fácil, mas que dessa vez havia acertado, havia casado pelo motivo certo. Disse mais ou menos assim: “se tu encontrares uma pessoa e ela te parecer perfeita, corre o mais rápido possível pro lado oposto. Não existe alma gêmea. E a pessoa 'mais certa' geralmente é a que 'mais te irrita'. Porque ela te faz ver teus erros, encará-los, te faz pensar e pensar te faz crescer. Eu quero alguém que me faça crescer, alguém que me faça pensar.”
E nós tanto buscamos a perfeição. Alguém que “se encaixe” nos moldes pré-estabelecidos na nossa cabeça e sonhos.
“Alguém que te faça pensar...” Interessante, não?!
Sigo não gostando das suas musicas, mas, com certeza, mudei a idéia que tinha a respeito dela.
Como diz a minha irmã, a conversa das pessoas é sempre o prato principal.
Sirva-se.

Nada mais

Queria te ver dormir
Nada mais
Sem medo, sem culpa, sem vergonha, sem fingir
Queria te ver dormir

E te vendo, ali
Sorriria
Me imaginando em cada sonho teu
Imaginando que cada suspiro fosse meu
Eu só queria te ver dormir

Descriçao da cena: deitada na cama, inquieta, a mocinha acende a luz e procura o papel e a caneta. Escreve rapido antes que as palavras fujam ou saiam de ordem. Pronto, hora de dormir.

Um dia, só por um dia

Eu só queria que por um dia, um único dia, eu não pensasse em ti.
Talvez assim, ficasse mais fácil lidar com esse buraco que ficou aqui.
Um espaço que nada preenche, nem mesmo tu o conseguirias.
Porque mudamos a cada segundo,
e aquele que preenchia aqui, já não existe mais,
jamais.

Acho que descobri!

As lágrimas saem dos olhos pra chegar até a boca e dizer: - Guria, tu tá "loca"?! Vai tratando de sorrir!

"Aproveite enquanto o sonho é gratis"

Sonho porque lá é o único lugar onde ninguém me tira o sorriso do rosto.
Não que eu goste do meu sorriso. Até porque ele está "em obras".
Mas porque quando eu rio, fico leve, e quando fico leve, é como se pudesse voar pra qualquer lugar.

A estória da lua cheia que pensava que era minguante

Tava triste... Se dizia vazia... Tava faltando alguma coisa ali dentro. Mas ela não percebia que faltava era espaço, isso sim! Espaço pra tanta coisa boa que tinha dentro dela!

Hoje gostei menos de mim...

Parei na frente do computador sem nenhuma inspiração hoje. Mas ao mesmo tempo com um montão de idéias pra colocar no papel (eu e meu mundo). Quando comecei a escrever umas palavras que me visitavam me dei conta de que eu só sei falar de sentimentos e sensações. E parei! E me desgostei! Muito! Como queria escrever um dia sobre a situação política do país ou sobre a condição de vida do ser humano no Tibet ou Budapeste. Mas eu não sei... Não sei mesmo. E eu sei por que. Porque eu ignoro. Mas dificilmente alguém me chamaria de ignorante (ao menos ate hoje não o fizeram). Eu sou ignorante, sim. E é ignorante também quem não quer ver que sempre pode fazer mais por alguém (mesmo que não possa mudar o mundo); que a vontade de ir embora não pode nos impedir de ficar; que a beleza é vazia se não tem simplicidade; que todo lugar pode ser a nossa casa (desde que muito bem acompanhada); que “eu te amo” não é “bom dia”; que todo mundo pode viver um conto de fadas (e eu tenho certeza disso); que a insegurança revela uma ausência (sabe-se lá do que) e que não existe inimigo a não ser a gente mesmo. Droga! Já tô eu falando sobre o mesmo assunto!

Legal... Ora, legal! Fala mais!

“Brilho eterno de uma mente sem lembranças”. Recomendo! Uma das frases dita pela personagem principal foi a seguinte: “Ela era legal. Legal é bom”. Simples, não?! Talvez... Estamos num bar, restaurante, pub ou qualquer coisa parecida e alguém sem o qual temos grande intimidade nos pergunta:
- E aí? O que achou do lugar?
- Ah, legal! (resposta quase imediata).
Duas amigas dividem confidencias e entre risadas uma confissão:
- Ah, ele é tão legal comigo... É tão legal tá com ele... A gente faz tantas coisas legais juntos...
“Legal” se tornou onipresente. Ainda surgiu o “legal” intenso, ou seja, o “bem legal”. Em todas as conversas sempre cedo ou tarde aparece um “legal”. O que me deixa com uma pulguinha aqui atrás é que ele pode sugerir muita coisa, desde um total desapego a um medo de falar demais.
- O problema sou eu! Tu és um cara legal! É que a gente não combina! (Ora, querida, o cara ta se sentindo o menos legal da via láctea nessa hora).
Por isso eu gosto das crianças. Elas sim dizem o que querem dizer!
- Mãe, não gosto dessa professora porque ela tem cheiro ruim! Eu gostava da outra, que era cheirosa e me contava estórias (nada de “legal”).
Sei lá eu o conceito de “legal” de cada um.
Eu, Lara, gosto das minhas amigas porque elas são doces feito pão de mel e fazem ressaltar em mim o que tenho de melhor. Gosto das minhas aulas de teatro porque saio de lá vendo tudo mais bonito e estimulam minha sensibilidade. Prefiro filmes românticos a aventuras porque adoro me colocar no lugar das personagens! Amo a minha mãe porque ela é o meu porto seguro em meio a esse mundo em tempestade que me faz perder o rumo. Dou muitas risadas com a minha irmã porque temos muita sintonia e ela é um bauzinho de criatividade. Podia dizer que tudo isso é legal, mas não diria nada com isso.
Será que não sabemos usar outro adjetivo?
Se não, voltemos às aulas de Português. Ou melhor, sejamos menos “adulto” e mais “criança”.

Lágrimas de beleza

Eu sou uma chorona! Admito! Choro fácil, fácil. Já chorei lagrimas de tristeza, de alegria e de emoção. E por mais inexplicáveis e inesperadas, sabia que estavam indo embora por algum desses motivos. Mas hoje tive uma experiência nova (e maravilhosa). Chorei lagrimas de beleza. É, de beleza. Fui assistir ao espetáculo “THOLL, imagem e sonho” com a minha melhor amiga. Não bastasse a ótima companhia, com a qual qualquer programa ficaria bom, fiquei maravilhada, arrepiada, impressionada com o que vi. Circo, teatro, luxo, simplicidade, sensibilidade, criatividade e beleza. Tudo ao mesmo tempo e em grande quantidade. Ri, fiquei de boca aberta, balancei a cabeça por não acreditar. Eu olhava pra ela e dizia: “- Amiga! Que coisa linda!” E então caíram umas lagrimas dos meus olhos, as tais lagrimas de beleza. Era tão, tão, tão bonito que talvez elas tenham aparecido pra assistir ao espetáculo.

Pensamento do dia

De nada me adiantam palavras que o coração não sente.

Vinícius

Ela se vê elegante pela sua bolsa PRADA. Ele, pela camisa bem cortada.
Ela, pelo 36 que veste. Ele, pela mulher que tem do lado, ou pelo Mercedes estacionado.
Elegância... Nada disso torna alguém elegante.
Assisti ao documentario-filme chamado "Vinícius". Vida e obra do grande Vinícius de Moraes. Ele, com o seu cachorro engarrafado, cabelo desleixado e a camisa, bom, confesso que nem parei pra reparar. De nada importava. Porque quando ele falava, era mais que uma conversa fiada, era uma aula de elegância (mesmo com todos os palavrões citados).
A maneira como ele falava das mulheres, como falava com os amigos, como os cuidava.
Por vezes tinha vontade de entrar na tela, sentar naquele sofá e ficar ouvindo de pertinho tanta coisa bonita que ele tinha pra ensinar.
Gosto de suas poesias, de suas prosas, de suas crônicas. E aprendo com ele a cada frase que leio. Mas aprendi com "Vinicius" a essência da elegância: A GENTILEZA. Não há nada mais elegante que ser gentil.

"Senão é como amar uma mulher só linda. E daí?
Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além da beleza,
Qualquer coisa de triste,
Qualquer coisa que chora,
Qualquer coisa que sente saudade..." (Vinicius de Moraes)

O mundo de Alegria

Todo dia encontro uma menininha de olhos verdes feito bola de gude, com seu vestido rosa feito chiclete e dividimos nossas histórias e nossos pensamentos sobre o mundo. Nesse nosso lugar mágico, todo dia é azul feito sabão em pó, todos sabem voar feito passarinho e não entra gente grande, não. Por quê?! Ora, “por quê"! Porque gente grande não brinca de bola de gude, já não come mais chiclete e acha que quem voa é avião!

A Rita

“A Rita levou meu sorriso no sorriso dela
Meu assunto levou junto com ela
E o que me é de direito arrancou-me do peito
E tem mais, levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel! Uma imagem de são Francisco e um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor
De vingança nem herança deixou
Não levou um tostão porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos, meus pobres enganos
Os meus vinte anos, o meu coração
E além de tudo, me deixou mudo o violão “
(A Rita – Chico Buarque)

O motivo dessa musica estar aqui hoje não é somente a minha ultramegasuperhiperplus admiração pelo Chico, mas porque fala de um nome que hoje me roubou um sorriso maior que a via láctea inteira. Ela se chama Rita Apoena, mora em São Paulo e tem o lindo dom de saber combinar as palavras de um jeito doce, infantil, delicado, interessante, inteligente, único, bonito... Fico arrepiada toda vez que a visito. Ela esteve aqui, lenda as minhas palavras que sempre me fazem companhia. E me elogiou. Nossa, quanta alegria. Obrigada, Rita.

Deixo aqui um pouquinho dela...

“Sobre o menino

Então, quando você me beijar,
vai sentir o gosto da minha escrita,
pois a fim de nunca esquecê-las
eu trago todas as minhas palavras
na ponta da língua”

Lar(a) doce Lar(a)

- Ah, minha filha, como queria de volta o teu sorriso...


- Pode ficar sossegada, mãezinha. Ele está de volta e veio pra ficar. Foi logo pedindo um lugarzinho pra se acomodar. Contou-me que reencontrou o seu outro dia e ate intimidou-se com tanta beleza que via. Agora da cá um abraço, mãezinha, ele precisa matar a saudade que tinha.


(para a mulher mais linda da qual eu me orgulho todo o dia, todos os dias)

Encontrei! (ou ela me encontrou)

Depois de uma procura que me roubou noites de sono
Suspiros, lagrimas e mau humor
Encontrei a minha caixinha de lápis de cor...
Hora de colorir!

o espelho

Vi um desenho embaçado
Passei a mão em círculos pra limpar aquela imagem
Mas seguia a mesma
Então eu percebi
Que era o meu rosto
Que estava desfigurado

A eterna menina insatisfeita

Tudo bem, como diz minha irmã, no dia em que eu estiver satisfeita, já posso morrer. Claro, a insatisfação é como um motorzinho de popa. É ela que nos faz buscar, melhorar, realizar. Mas eu abuso. Tenho uma cadeira de palha, quero um sofá novo. Compro o sofá novo, troco o forro. Ganho um abraço, quero um beijo, ganho um beijo, quero mil.
Mas essa minha exigência não é só com o mundo lá fora. É comigo também. Sempre acho que poderia ter sido “mais” irmã, “mais” amiga, “mais” aluna, “mais” filha, “mais” namorada, “mais” mulher.
As vezes não consigo entender que fiz o que pude, me culpo e sofro com isso. Não vejo que EU sou a insatisfeita e que para o mundo posso ter sido ate mais do que ele esperava de mim.
Sei que não vou mudar durante a noite e acordar diferente. Sei disso. Mas me prometi que vou tentar. Se não conseguir, vou chorar até secar minha lagoa de água salgada. E então vou dar risada e tentar outra vez. E ainda assim, se nunca der certo, o mundo que vire pra lá. O mundo que gire de novo

A advogada do palhaço

Vi uma notícia em um jornal da cidade que me deixou um tanto incomodada (pra não dizer braba, triste e chateada).
Parei para lê-la porque vi que se tratava da Faculdade de Letras e sempre existiu em mim a vontade de cursá-la. Alunos da UFPEL protestavam por melhores condições do prédio ou porque iriam ser transferidos para outro que não era de seu agrado. Confesso que não gravei mesmo o motivo exato do protesto. Isso porque ao lado da notícia havia uma foto. Uma foto que me fez largar os ombros. Eles protestavam usando narizes de palhaço.
Ora, que palhaçada é essa?!
Sou a favor de protestos. Porém, palhaço não é sinônimo de idiota! Façam cartazes, passeatas, panfletos, gritem, até estourem rojões (desde que não atinjam ninguém). Mas, por favor, não sejam insensíveis a ponto de ridicularizar o que pode ganhar tantos sorrisos infantis. Palhaço dá alegria mesmo quando tá triste. Há até quem diga que são eternos infelizes. Mesmo assim, se colorem com o objetivo de roubar um sorriso sincero. Ele vive pra alegrar e alimenta sua alma disso.
Outro dia mesmo fui a uma creche e presenteei algumas crianças com vários deles, redondos e vermelhos. Seus olhinhos brilhavam! Então, deixo aqui uma dica: Façam vocês o mesmo, e talvez, no próximo protesto, usem orelhas de burro.

O caçador de pipas

Li e recomendo! Recomendo, não! Peço. Por favor, larga a novela das 8 ou os contatos do MSN, senta num sofá fofinho ou, como eu, deita na tua cama com um pijama de estrelinhas, e lê esse livro.
São 365 páginas de um romance... não sei uma palavra pra defini-lo. Encantador, de uma sensibilidade gigante, bonito e cheio de Superbonder (porque te cola nele e não te solta até a ultima pagina)!
Pelo nome, já imaginei que fosse bom. Pipas... Como quero que meus filhos brinquem assim. Carrinhos de madeira, 5 marias, catavento, estorinhas de fadas, casa na arvore, bazar na frente de casa (cheio de quinquilharia)...
Quando criança, meu pai me chamava de Pandorga. E até hoje ele ainda fala isso. Pra quem não sabe, é o mesmo que pipa. No inicio não sabia o porquê, mas depois descobri que era porque eu tava sempre voando. Sempre longe pensando em tudo, menos no que se passava no momento. Não achava muito bonito o nome, confesso. E ate ficava brava às vezes. Mas depois eu ria, achava engraçado.
Depois de ler esse livro, quero ser mais que Pandorga, quero ser um “caçador de pipas”.

A Estrelinha

Todas acesas... lindas!
Menos ela... sozinha...
O seu medo do escuro
Não a deixava perceber que só ele poderia fazê-la brilhar
ele a procurava e ela fugia
quando se deu conta
o escuro ja era dia

Sobre o menino do mar

Não precisava falar pra mim
As palavras pulavam de seus olhos,
suas mãos
e até do ar que respirava

Uma bolha...

Vi OS INCRíVEIS há poucas horas... Não lembro de algum dia querer ser um super-herói. Até hoje. Até poucas horas...
Uma das personagens chamava Violeta e ela tinha um superpoder que me fez querer ser como ela. Na verdade não era um superpoder, eram dois! Um deles era o de ficar invisível (o que a fez desaparecer de vergonha quando o menino que ela gostava foi falar com ela) e o outro (o que quero pra mim) era se proteger numa bolha. Isso mesmo, uma bolha. Sempre que alguma coisa ia dar errado ela entrava na bolha e levava quem tava pertinho dela. E ali dentro nada podia machucá-la, nada podia machucar quem ela gostava. Como não tenho superpoderes, me resta fazê-la gostar de mim pra me levar com ela.

"Pintaram tudo de cinza"

Não gosto de dias cinzas. Eu fico meio cinza também. Fica tudo sem graça e não dá vontade de sair de casa.
Não lembro de dias cinzas quando eu era criança (ou talvez eu soubesse colorir o dia)

Coragem, Sra. Ilusao, coragem

Eu quero fugir
Mas tu não me deixas
Nunca gostei de ti
Por que insistes em gostar de mim?
Vai-te, Sr. Medo, pra bem longe daqui

Ass: Sra. Ilusão

(Pra ti, minha irmãzinha linda...)