Saturday, July 08, 2006

Para saber a resposta, vide o verso

Ao responder a um email desses em massa, uma grande amiga disse que meu maior defeito era ser “enigmática”. Fiquei olhando pra tela do computador como se ele fosse me dar maiores explicações, tendo em vista a minha ausência momentânea de raciocínio lógico que não me deixava entender o que ela queria dizer com essa palavra. Ora, “enigmática”, Larinha, no mínimo tem a ver com enigma. Pois é, mas na hora nem nisso eu pensei. Acabei perguntando pra outra amiga que me deu a seguinte explicação: - Ah, tu és praticamente um ponto de interrogação!
Tive que rir. Mas confesso que não concordo plenamente, não. Ok, eu sou chatinha mesmo, difícil de lidar, tudo me afeta e já entro no meu caramujo. Mas enigmática?! Será?!
Gostei da idéia do ponto de interrogação (mas claro que dei a ela o sentido que bem entendi). Perguntar. Falar. Escutar. Argumentar. Se não há pergunta, não há resposta. A interrogação é que faz toda a dialética funcionar. Gosto de saber “qual o quê dos quais e poréns dos afins”.
Tristes os conformados, os desprovidos de curiosidade, os envergonhados, que nada perguntam. Se não quiseres me responder, tudo bem! Mas eu pergunto! E sempre vem alguma resposta de volta (mesmo que em silêncio). Um sorrisinho, um desvio de olhar, uma fúria súbita que chega a assustar, um par de sobrancelhas caídas, um beicinho, bochechas vermelhas, uma mexida no cabelo ou ate mesmo uma brusca mudança de assunto.
E pensando bem, antes um ponto de interrogação, instigador e cheio de curvas, a um de exclamação, sem graça e que nada estimula.