Saturday, July 08, 2006

Sobre versos e tons pastéis

Andei desgostando de mim. Muito. Não só pelos quilos a mais e pela cor desbotada, mas, principalmente, pela minha incompetência, pela minha mediocridade. Nunca fui de disputar os primeiros lugares em qualquer coisa que fosse, mas me vi na ultima fila e isso causou ferida. Não decidia se ficava ou se ia. Pra onde? Nem eu sabia.
Então, ontem, recebi uma noticia tão boa que achei que nem merecia. Passei no teste pra fazer minha primeira peça de teatro. Não fosse a alegria de conseguir, trata-se de uma peça infantil (o que eu mais queria nessa vida). Ah, as crianças... Uma mistura de pureza e magia. Ainda não entendi por que temos que virar “gente grande”, que aprender a mentir, a ser mais realistas, mais responsáveis e a usar tons pastéis (todo adulto adora “tons pastéis”).
Um dia ouvi essa frase de um amigo: “a tua vida é uma poesia, né, Lara?!” Achei tão bonito... Talvez seja isso mesmo. Talvez minha vida não seja dividida em dias, mas em versos. E, como toda poesia, não é feita só de alegrias. Além do mais, toda tristeza tem sua beleza. Divido com quem me quer bem esse dia bonito, esse verso bonito.
Agora preciso dormir, esperando, ansiosa, o verso de amanhã.