Saturday, July 08, 2006

Legal... Ora, legal! Fala mais!

“Brilho eterno de uma mente sem lembranças”. Recomendo! Uma das frases dita pela personagem principal foi a seguinte: “Ela era legal. Legal é bom”. Simples, não?! Talvez... Estamos num bar, restaurante, pub ou qualquer coisa parecida e alguém sem o qual temos grande intimidade nos pergunta:
- E aí? O que achou do lugar?
- Ah, legal! (resposta quase imediata).
Duas amigas dividem confidencias e entre risadas uma confissão:
- Ah, ele é tão legal comigo... É tão legal tá com ele... A gente faz tantas coisas legais juntos...
“Legal” se tornou onipresente. Ainda surgiu o “legal” intenso, ou seja, o “bem legal”. Em todas as conversas sempre cedo ou tarde aparece um “legal”. O que me deixa com uma pulguinha aqui atrás é que ele pode sugerir muita coisa, desde um total desapego a um medo de falar demais.
- O problema sou eu! Tu és um cara legal! É que a gente não combina! (Ora, querida, o cara ta se sentindo o menos legal da via láctea nessa hora).
Por isso eu gosto das crianças. Elas sim dizem o que querem dizer!
- Mãe, não gosto dessa professora porque ela tem cheiro ruim! Eu gostava da outra, que era cheirosa e me contava estórias (nada de “legal”).
Sei lá eu o conceito de “legal” de cada um.
Eu, Lara, gosto das minhas amigas porque elas são doces feito pão de mel e fazem ressaltar em mim o que tenho de melhor. Gosto das minhas aulas de teatro porque saio de lá vendo tudo mais bonito e estimulam minha sensibilidade. Prefiro filmes românticos a aventuras porque adoro me colocar no lugar das personagens! Amo a minha mãe porque ela é o meu porto seguro em meio a esse mundo em tempestade que me faz perder o rumo. Dou muitas risadas com a minha irmã porque temos muita sintonia e ela é um bauzinho de criatividade. Podia dizer que tudo isso é legal, mas não diria nada com isso.
Será que não sabemos usar outro adjetivo?
Se não, voltemos às aulas de Português. Ou melhor, sejamos menos “adulto” e mais “criança”.