Monday, July 10, 2006

Profissão: Garimpeira

Cheguei da faculdade toda me rindo. Acho que fui bem numa prova e isso não faz parte da minha rotina acadêmica. Sempre fui aquela aluna que parece que em todas as aulas está chegando de uma longa viagem (de lá do outro lado do Oceano Atlântico). Sentei na sala de casa, de frente pra lareira, quando um brilho intenso e apaixonante me chamou a atenção. Era um velhinho garimpeiro mostrando na televisão dois diamantes que guardava dentro da casinha de barro que sei lá eu como podia parar de pé. Contraste. Pr’aquele velhinho o que mais importava não eram os diamantes, mas sim a satisfação, a emoção, o orgulho de ter encontrado aquelas duas pedrinhas pela primeira vez. As podia ter trocado por alguma quantia em dinheiro (que não seria pouca). Mas, não. As guardava feito a mãe que guarda os primeiros dentes de leite do filho, ou a menina que guarda o primeiro versinho ou carta de amor.
Gostei disso. Garimpeira. Talvez nunca encontre um diamante verdadeiro (pra não dizer “com certeza”). Mas seguirei garimpando sorrisos e amigos. E talvez, dentre eles, eu encontre uma pedrinha tão brilhante que a faça ser diferente das outras, uma pedrinha pra chamar de “meu amor”.