Saturday, September 02, 2006

Na livraria

A todo tempo as pessoas estão se encontrando. Encontros combinados ou ao acaso. No supermercado, na escola, no trabalho ou no sinal fechado.
Mas, acredito que os grandes (falsos) cupidos sejam os bares, na sexta, sábado ou véspera de feriado. Então, ele se aproxima meio sem jeito. Ela, bem maquiada, a roupa bem combinada e o cabelo vindo diretamente da propaganda de xampu (de tão bonito). Talvez por saber fazê-la sorrir, ele ganha espaço e trocam algumas idéias sobre o lugar (ou sobre o mundo lá fora). Então, por algum motivo, ela pára pra pensar que ali, naquela noite, todos parecem muito propícios a aproximações. É mais fácil, é mais aceitável, é mais óbvio que na padaria. Pra ela, é fácil parecer bonita à noite. Pra ele, é fácil parecer extrovertido depois de algumas bebidas.
Quem sabe, um dia, numa livraria, sem maquiagem, cabelo preso e calça de abrigo, eu receba um buquê de lápis (criativo, não?!) pra escrever sobre tudo que me provoca. Então, eu caso - juro! - sem parar pra pensar nem um minuto (ou, talvez, só o tempo de um suspiro).