Monday, June 18, 2007

Posso entrar?

Queria te ver aí, agora, de surpresa, sem me esperar, nem sequer levar os copos sujos pra cozinha. Queria só espiar da janela, ou, se abuso não fosse, pedir um abraço demorado e quatro horas de uma conversa leve, saudosa. Gargalhadas soltas, pés sobre a mesa de centro (ou o baú de tempos atrás – repleto de sonhos adormecidos). Acordá-los. E sairia assim, inesperadamente, deixando apenas um sorriso ao olhar pra trás. Poucos segundos, como quem volta tão logo que nem carece a despedida.

Sunday, June 17, 2007

Sobre a luvinha de nariz

Tem dias de um frio danado que nada faz esquentar. Nem o cobertor xadrez, nem chocolate quente com merengue, tampouco o foguinho da lareira. Então eu abro as velhas gavetas e pego minhas meias coloridas: 1, 2, 3 pares e sigo gelada que dói. A calça fundilhuda de abrigo, o casaco de lã que já fez bolinha, o cachecol listrado, o par de pantufas fofinhas. Nada, nada disso me deixa tão quentinha quanto encostar o narizinho em ti.